Parece piada, mas muitos empreendedores cometem este erro. Compram à vista os insumos e componentes que necessitam para obter seus produtos e vendem de forma parcelada e muito convidativa para atrair clientes.
Isto é inevitável de ocorrer eventualmente com qualquer empresa, mas não pode se tornar prática de negócio, pois poderá deixar sua empresa sem dinheiro para o capital de giro.
Aí, você já sabe o que vai acontecer: você terá de ir correndo atrás de recursos de curto prazo nos bancos, que cobram justamente os maiores juros do mercado para este tipo de empréstimo.
Como evitar esta situação? Negocie com seus fornecedores e atrele o pagamento deles às vendas dos seus produtos. Não permita que o caixa de sua empresa fique negativo por falta de planejamento financeiro. Este é um dos motivos mais comuns de quebra de empresas.
Outro problema ocorre quando há dinheiro em caixa, pois é comum o empreendedor não se preocupar muito com sua gestão, já que acredita que continuará a haver dinheiro, ainda mais quando as vendas são crescentes.
Porém, as vendas crescentes mascaram o problema maior (a saída de dinheiro é mais rápida do que a entrada de dinheiro no caixa da empresa). Há uma falsa sensação de que a empresa está ficando cada vez mais lucrativa, pois com o aumento das vendas o que se espera é ganhar mais dinheiro.
O aumento das vendas aumenta também a necessidade de comprar mais dos fornecedores e se você mantiver a mesma política de pagamentos dos fornecedores terá dívidas de curto prazo maiores, caso não tenha mudado nada na sua política de vendas.
Apesar de parecer uma análise lógica que todo empreendedor aparentemente saberá resolver, conforme a empresa cresce em tamanho e linhas de produtos, a situação pode ficar ainda mais complicada, caso não haja um bom planejamento financeiro e de contas a pagar e a receber.
Por isso, reverta rapidamente a situação e tente seguir o lema “Vender à vista e pagar a perder de vista”, mesmo sabendo que hoje em dia é praticamente impossível praticar a maior parte das vendas à vista.
Esta coluna foi escrita com base no livro “Empreenda (quase) sem dinheiro”
